No sistema do Senado, consta o reembolso ao senador pelas passagens aéreas compradas pela companhia aérea Azul no valor de R$ 1.361,19. Somado ao custo de passagem no trecho Brasília-Recife, o custo total foi de R$ 1.617,66.
A ida ocorreu na última quinta-feira, e o retorno está previsto para a próxima terça, dia 3. A cota parlamentar é utilizada para ressarcir despesas de senadores em compromissos oficiais. Nesses casos, o Senado reembolsou o senador pelo gasto com deslocamento aéreo.
Por ser filho do presidente, o parlamentar é acompanhado constantemente por escolta policial. Para a viagem, foram destacados dois servidores do Senado, que receberam, no total, cerca de R$ 6,5 mil em passagens e diárias.
Inicialmente, ao ser questionada pelo GLOBO sobre a viagem, a assessoria de Flávio disse que não sabia dizer se ele estava em Fernando de Noronha. De acordo com o assessor, o senador planejou a ida ao local para acompanhar o pai, que planejava fazer uma visita oficial no final de semana, mas acabou desistindo.
Algumas horas depois, no entanto, a assessoria divulgou nota confirmando a viagem e dizendo que o reembolso foi solicitado por engano ao Senado.
"O gabinete do senador Flávio Bolsonaro informa que houve um equívoco da equipe que emitiu as passagens para Fernando de Noronha. As passagens foram pagas pelo próprio senador, mas a equipe, por engano, pediu reembolso. Ele já fez a solicitação para cancelar o reembolso e para também cancelar os pedidos de diárias", diz a nota.
Apesar de Bolsonaro não ter viajado, ministros de Estado, secretários e auxliares mantiveram a ida a Fernando de Noronha. Mesmo sem compromissos oficiais no final de semana, alguns deles decidiram prolongar a estadia por mais tempo.
Após esticar a permanência em Fernando de Noronha, onde deve ficar até domingo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, informou que deve retornar a Brasília de voo comercial. Na última quarta-feira, Salles embarcou às 7h10 da manhã em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), com outros 11 tripulantes para a ilha, onde participou de compromissos oficiais até sexta. No avião estavam também o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, e o secretário de Pesca, Jorge Seif.
No arquipélago, Salles assinou o termo de concessão do Mirante do Boldró, um imóvel federal que vai ser explorado pela iniciativa privada. O mirante faz parte do complexo do antigo Hotel Esmeralda e está fechado há mais de 20 anos. A área tem cerca de 500 metros.
— Assinei a permissão de uso desse espaço tão privilegiado da ilha, que estava abandonado há tanto tempo. É um bom investimento do turismo, que gera emprego e renda — declarou Ricardo Salles, ao fazer um discurso na solenidade.
Ele não quis conceder entrevistas no primeiro dia de visitas.
Interlocutores de Jair Bolsonaro lembram que o presidente não admite uso indevido da aeronave das Forças Armadas para locomoção de seus subordinados. Em janeiro, Bolsonaro demitiu o secretário executivo da Casa Civil, José Vicente Santini, após ele viajar à Índia com uma aeronave da FAB. Nove meses depois, em setembro, porém, Santini voltou ao governo para trabalhar como assessor especial de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente.
O ministro do Meio Ambiente admite que deve permanecer em Noronha até domingo e alega que arcará com os custos extras, como retorno e hospedagem para passar o final de semana na ilha.
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