Lançado no Festival de Cinema de Toronto em setembro de 2018, Mentira Incondicional (The Lie, 2018) teve a distribuição garantida pelo projeto Welcome to the Blumhouse. Escrito e dirigido pela canadense Veena Sud, é refilmagem de um longa alemão de 2015 e marca o reencontro de Sud com seus atores na série The Killing: Mireille Enos e Peter Sarsgaard.
Na trama, temos Enos e Sarsgaard como um casal separado, pais de Kayla (Joey King, dos dois A Barraca do Beijo), uma adolescente que vai passar uns dias em um acampamento de ballet. Enquanto o pai a está levando, eles passam por uma amiga dela (Devery Jacobs, de Deuses Americanos) que está esperando o ônibus e oferecem carona. Depois de uma parada no acostamento para banheiro, Britney some e Kayla admite tê-la empurrado em um rio.
A partir daí, sempre em cenários frios e tristes, temos os conflitos do ex-casal na tentativa de proteger a filha de uma possível condenação. Somos levados a crer que a cabeça da menina ficou bagunçada devido ao divórcio dos pais, como se filhos de casais divorciados se tornassem adoráveis psicopatas. Se a premissa já é um tanto absurda, as coisas rapidamente ficam piores, com os adultos tomando as piores decisões possíveis e a garota tendo um comportamento ridículo até para a idade dela.
Sarsgaard e Enos têm boas atuações, assim como os coadjuvantes. Só King é um bocado sabotada pelo roteiro, que a coloca em situações difíceis e complicam o seu trabalho. É uma dura missão compor uma menina tão birrenta e cujo comportamento muda tão drasticamente. O final, que deveria chocar pela sagacidade, é a cereja de um bolo irritante. São 90 minutos sofridos para o público, que custam a passar.
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