Ex-deputado Silas Bento e o filho
dele são presos em operação que investiga 'rachadinhas' na
Denúncia aponta que ex-parlamentar embolsou 80% do
salário de uma servidora por 2 anos. O filho dele, Vanderson Bento, é acusado
de fazer ameaça e recolhimento do dinheiro.
O ex-deputado estadual do Rio de Janeiro,
Silas Bento, e o filho dele, Vanderson Bento (PTB), foram presos na manhã desta
sexta-feira (23) em uma operação do Ministério Público que apura um esquema de
"rachadinha" no gabinete do ex-parlamentar na Assembleia Legislativa do estado (Alerj). As prisões foram
em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
Silas é o primeiro político
preso acusado de participar de um esquema de "rachadinha". Esta investigação não teve como base o relatório do
Conselho de Controle de Atividades Financerias (Coaf), que originou
procedimentos de investigação por causa de supostas rachadinhas de outros
parlamentares da Alerj, como o caso do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
De
acordo com a denúncia do MP, aceita pela Justiça, Silas Bento embolsou a maior
parte do salário de uma servidora por dois anos. Ele se tornou réu por associação criminosa, peculato, extorsão e lavagem de dinheiro. Vanderson, que é candidato a
vereador, virou réu pelos mesmos crimes, exceto lavagem de dinheiro.
O
advogado de Silas e Vanderson, Adolpho Jabour, informou que assim que tiver
acesso aos autos, vai se posicionar e tentar a reversão da prisão preventiva.
Funcionária fantasma devolveu 80% do salário
A investigação
aponta que a funcionária Taíssa Saldanha Alves, que admitiu ser fantasma - ou
seja, não aparecia para trabalhar - era obrigada a devolver parte do salário e
era ameaçada na hora da arrecadação, que era feita pelo filho do parlamentar.
Em dois anos, ela disse que recebeu
cerca de R$ 250 mil de salário, pagos pelos cofres da Alerj. A investigação
revelou que, deste montante, 80% foi devolvido ao então deputado no esquema de
rachadinha.
A
servidora também é alvo de mandado de busca e apreensão na operação desta
sexta-feira. Ela também é ré por associação criminosa e peculato, que é desvio de
dinheiro público.
A Vara Criminal determinou que ela
compareça mensalmente ao juízo para informar suas atividades, não mantenha
contato com Silas e Vanderson, e não se ausente de Cabo Frio por mais de 10
dias.
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