BRUXELAS (Reuters) - Unidos pela ativista sueca Greta Thunberg, jovens se reuniram em todo o mundo nesta sexta-feira para exigir ações urgentes para deter a catastrófica mudança climática, seu primeiro protesto global desde o início da crise de coronavírus.
Vendo eventos climáticos extremos fazerem estrago em todo o planeta --dos incêndios que devastam o Oeste dos Estados Unidos às ondas de calor anormais no Ártico siberiano e às inundações recordes na China--, os organizadores disseram que seu objetivo é lembrar os políticos que, enquanto o mundo se concentra na Covid-19, a crise climática está mais aguda do que nunca.
Manifestações estão planejadas em mais de 3.100 localidades, mas as restrições relacionadas à pandemia limitam o tamanho das multidões, transferindo grande parte da ação para a internet.
Em Estocolmo, Thunberg e alguns membros de seu grupo, Fridays for Future, reuniram-se diante do Parlamento portando cartazes com dizeres como "Parem de Negar que o Clima Está Morrendo".
"Queremos tratar a crise climática como uma crise. É simples assim. A crise climática nunca foi tratada sequer uma vez como uma crise, e a menos que a tratemos como uma crise, não conseguiremos, por assim dizer, 'resolvê-la'", disse ela aos repórteres.
Um ano atrás, duas greves globais atraíram mais de 6 milhões de pessoas às ruas, o que organizadores disseram ter sido a maior mobilização climática da história.
Para os protestos desta sexta-feira, os participantes foram convidados a publicar fotos nas redes sociais e se unirem a uma chamada mundial de 24 horas no aplicativo Zoom --mas grandes aglomerações são esperadas na Alemanha, sobretudo em Hamburgo, onde um tribunal indeferiu uma iniciativa das autoridades locais de limitar os números, abrindo caminho para o comparecimento de mais de 10 mil pessoas.
O foco desta sexta-feira está nas comunidades que contribuíram pouco para as emissões de gases de efeito estufa, mas que estão na linha de frente de ameaças climáticas devastadoras, como tempestades violentas, elevações dos mares e pragas de gafanhotos.
Nas Filipinas, Mitzi Jonelle Tan, uma ativista de 22 anos do Fridays for Future, disse que inundações recentes destruíam um centro local de exames de Covid-19 e causaram a queda de uma árvore sobre sua casa.
Pessoas do sul do planeta estão morrendo por causa da mudança climática, disse Anuna De Wever, ativista belga de 19 anos, antes de um protesto planejado em uma praça de Bruxelas.
Já Mya-Rose Craig, uma britânica de 18 anos, viajou ao Ártico --uma das regiões mundiais que se aquecem mais rapidamente-- com a organização não-governamental Greenpeace para realizar um protesto no ponto mais extremo do norte planetário em uma banquisa de gelo.
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