Como pressionar o prefeito da sua cidade a comprar alimentos da agricultura familiar na pandemia? Com a aproximação das eleições municipais, foi lançado nesta sexta-feira (25) um modelo de abaixo-assinado para a população pressionar as prefeituras do país a retomarem a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que foi suspenso devido à suspensão das aulas durante a pandemia de covid-19.
Com o objetivo de garantir o cumprimento do PNAE, que estabelece a destinação de 30% dos recursos de merenda escolar para a compra de alimentos de agricultura familiar, a ação faz parte da campanha “Agricultura familiar é saúde na alimentação escolar”, organizada pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar (FBSSAN).
Segundo as organizações, a suspensão das aulas provocou insegurança alimentar e nutricional para crianças e adolescentes que têm frequentemente a merenda escolar como a única refeição do dia.
“A maior parte das prefeituras simplesmente suspendeu a compra de produtos da agricultura familiar e, quando muito, passou a fornecer kits com alimentos de menor qualidade, adquiridos em supermercados, sem concorrência”, comenta Flávia Londres, da secretária executiva da ANA.
Para Londres, “com a alimentação mais empobrecida, os alunos das redes públicas de ensino e suas famílias podem ter baixa no sistema imunológico e ficar mais sujeitos a contrair a covid-19”.
No mundo todo, cerca de 386 milhões de estudantes recebem merenda escolar no mundo, de acordo com um estudo feito pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2019.
Nesse cenário, as prefeituras foram obrigadas a criar alternativas para fazer com que essa alimentação chegue aos estudantes mesmo durante a pandemia. No entanto, a compra de alimentos da agricultura familiar não seguiu o mesmo caminho.
O lançamento do abaixo-assinado será apresentado nesta sexta-feira (25), às 15h, por meio de um webinar, e reunirá representantes de conselhos municipais e estaduais de soberania e segurança alimentar, instituições da agricultura familiar e ativistas apoiadores da agroecologia.
Edição: Leandro Melito
Fonte : Brasil de Fato
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