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Pastor Everaldo é preso pela PF

O presidente nacional do PSC, pastor EveraldoAgentes da Polícia Federal estão nas ruas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra agentes públicos, políticos e empresários envolvidos no esquema de desvios na saúde liderado pelo governador Wilson Witzel, segundo a acusação, em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do grupo liderado pelo governador. Entre os alvos de prisão está o presidente do PSC, Pastor Everaldo, já preso, o advogado Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Witzel, e o médico e ex-prefeito de Volta Redonda Gothardo Lopes Netto.
Com mais de 30 anos de atuação nos bastidores da política nacional, o Pastor Everaldo aprendeu a se movimentar entre partidos de direita e esquerda com desenvoltura, principalmente no Rio, seu domicílio eleitoral, onde transitou pelos governos de Leonel Brizola, Benedita da Silva, Anthony Garotinho e Sérgio Cabral. Foi colado no ex-deputado Eduardo Cunha e o partido do qual é presidente, o mesmo PSC de Witzel, abrigou por anos a família Bolsonaro.
Para além de sua ligação com a religião, sua maior aventura na política foi disputar a Presidência em 2014 ficando na quinta colocação, com 780 mil votos. Já sua grande cartada até então havia sido a invenção do “poste” Witzel na surpreendente eleição de 2018, quando contrariando todas as pesquisas eleitorais o ex-juiz derrotou Eduardo Paes.
Pastor da Assembleia de Deus em Madureira, chefiada pelo Bispo Manoel Ferreira, Everaldo ganhou fama no meio político por ser considerado pragmático, organizado e tenaz. Ele se filiou ao PSC em 2003 e fez crescer exponencialmente o número de deputados eleitos depois de ter assumido o comando da legenda.
Como dono do partido, ele comprou a ideia da candidatura de Witzel quando ela era tratada como uma piada e aparecia com apenas 1% das intenções de voto. Hoje se tornou um articulador da relação com o Legislativo do Rio.
Com espaço amplo na gestão de Witzel, o presidente do PSC tem influência no Detran e ainda emplacou o filho, Filipe Pereira, como assessor especial do governador. Também é responsável pela indicação de Carlos Braz., filho de um obreiro da igreja para a diretoria do Interior da Cedae, responsável pelas obras da Chison.
Carro da Polícia Federal na frente do condomínio do Pastor Everaldo
Carro da Polícia Federal na frente do condomínio do Pastor Everaldo Foto: Rafael Nascimento de Souza
O pastor já havia sido citado na Lava-Jato por um executivo da Odebrecht Ambiental. Ele teria recebido R$ 6 milhões para favorecer Aécio Neves no debate presidencial de 2014, quando foi candidato ao Planalto.
De um tempo para cá, após as operações que miraram o entorno do governador, Everaldo tem tomado distância do Palácio Guanabara e causou suspense em comentários nas redes sociais dando indiretas com mensagens bíblicas para Witzel, como mostrou “Época”.
Um dos motivos das rusgas entre Everaldo e Witzel teria como pivô o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão, também alvo da Lava-Jato. Considerado braço direito do governador desde os tempos em que dividiam o mesmo escritório de advocacia, Tristão demitiu indicados do pastor no governo. Ele foi exonerado após as investigações da Lava-Jato indicarem ligação entre ele e Mário Peixoto, um dos cabeças do esquema de desvios na saúde.

Um blog sobre: Política, empregos , economia e famosos

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