O ex-assessor Fabrício Queiroz disse em depoimento ao procurador Eduardo Benones, do Ministério Público Federal do Rio, que "deu satisfação" a Flávio Bolsonaro sobre o esquema de rachadinha na Alerj, quando Flavio era deputado estadual. Queiroz disse que o ex-chefe demonstrou surpresa com o que lhe foi informado.
"Eu tive um contato com o senador. Ele não era senador, era deputado, mas já estava eleito. Eu dei satisfação a ele do que aconteceu. Ele estava muito chateado, revoltado. Ele falou: 'Não acredito que tu tenha feito isso, não acredito'", disse Queiroz.
As declarações foram feitas no âmbito da investigação sobre o suposto vazamento da Operação Furna da Onça, que investiga corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O 'Jornal Nacional' teve acesso e divulgou trechos do depoimento na noite de segunda-feira. Fabrício Queiroz falou ao procurador no presídio de Bangu 8, onde ficou preso por 22 dias no âmbito do caso da rachadinha, até conseguir o direito de prisão domiciliar no dia 10 de julho.
Queiroz também disse que estava tudo certo para assumir um cargo com a família Bolsonaro em Brasilia após a eleição de 2018. "Com um ou com outro(Bolsonaro ou Flávio)". "Em Brasília?", perguntou o procurador. "Era o certo, não é? Acho que sim. Só se eles não quisessem".
O ex-assessor disse em depoimento que não se lembra de ter falado ou telefonado para o presidente Bolsonaro após a repercussão do caso.
Flávio Bolsonaro é apontado pelo Ministério Público do Rio como chefe de uma organização criminosa. Segunda a investigação, pelo menos 13 assessores repassavam parte de seus salários a Queiroz, na prática conhecida como "rachadinha" de gabinete. Flávio nega ter cometido ilegalidades.
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