Desejo de viajar não falta para muita gente. Mas como será esse deslocamento e essa experiência, ambos de forma segura, no novo cenário mundial é um dos maiores desafios para a indústria do Turismo em tempos de Covid-19.
Muitos especialistas na área têm se juntado para tentar descobrir como reativar um dos setores econômicos vitais para a economia de tantos países – como Grécia, Itália ou Espanha, por exemplo, só para falar de Europa.
O tombo é grande, é verdade, mas algumas mudanças estratégicas podem ajudar na reabilitação das viagens de forma mais acelerada enquanto ainda não se tem uma vacina fechada para combater o novo coronavírus. As apostas foram feitas pelo portal “Fast Company”, referência em business, tecnologia, design e inovação, em entrevista com CEOs da área pelo mundo todo. Acompanhe abaixo a lista do que deve estar em alta nos próximos meses (quem sabe anos) no Turismo.
A aposta foi feita por Mark Hoplamazian, CEO da Hyatt Hotels, que tem mais de 900 unidades espalhadas pelo mundo. Ele conta que a China foi o primeiro país onde as reservas começaram a voltar a serem feitas. Mas a imensa maioria dos viajantes busca mesmo relaxar. Os executivos, por enquanto, seguem trabalhando online com seus times. “Conversei com muitos CEOs, especialmente os de nossos maiores clientes, e eles estão procurando maneiras de criar uma experiência [de trabalho] mais híbrida para seus colegas. No momento, eles estão focados no trabalho remoto”, disse ele ao site. Ainda é cedo para saber quando esse fluxo irá se normalizar.
A VEZ DA HOSPEDAGEM ECONÔMICA
Hotéis mais baratos ou de médio porte – e aqueles dentro dos aeroportos – devem ver o fluxo de caixa se movimentar mais rápido nesse momento. A observação também é de Mark Hoplamazian, da Hyatt Hotels, que prevê um prazo de seis a 12 meses para os negócios de luxo ou mais caros começarem a ter mais procura.
MAIS ESPAÇO, MENOS GENTE
Soluções simples podem ajudar os locais de hospedagem a reabrirem – ainda que com menos gente. Ao invés do tradicional buffet, que tal investir em carrinhos que podem ser levados pelas mesas (mais espaçadas nos salões dos restaurantes)? A ideia do buffet móvel, junto com o bom e velho pedido à la carte, feito antecipado, pode ajudar a reabrir áreas comuns de hotéis e pousadas. Atividades ao ar livre são tendência nesses espaços.
MAIS FLEXIBILIDADE NAS RESERVAS
Essa tendência deve vir para ficar tanto na compra de passagens aéreas quanto ao fechar uma hospedagem ou mesmo para ir a um restaurante. Quem aposta nisso é Steve Hafner, co-fundador e CEO do Kayak, um mecanismo de pesquisa de viagens e também CEO da plataforma de reservas de restaurantes OpenTable. Em sua análise para a “Fast Company”, ele defende que com a situação instável (até mesmo ligada ao confinamento que pode seguir acontecendo parcialmente, em determinados lugares), não há outra saída. “Introduzimos reservas para bares porque se você era dono de um bar e tinha uma longa fila de pessoas na frente esperando para entrar, isso costumava ser considerado uma coisa boa. Nada disso funciona no mundo COVID-19. Você precisa gerenciar a capacidade”.
VIAJAR LOCALMENTE
Talvez grandes deslocamentos fiquem para um segundo momento – ou mesmo só para o ano de 2021. Conhecer os pontos turísticos perto de casa deve ser, de longe, a tendência mais forte desse novo cenário turístico pós-Covid. Quem reforça essa análise é Joe Gebbia é o co-fundador e diretor de produtos do Airbnb, uma das empresas que sofreu grande impacto em seus negócios com a expansão da pandemia do novo coronavírus. “Esse grande interesse em viagens domésticas estará conosco por muitos anos. Vai além da [chegada de] uma vacina. As pessoas terão uma tolerância diferente a correr os riscos de uma viagem. Além disso, dado o clima econômico em que vivemos, as pessoas devem procurar viagens mais acessíveis. E, às vezes, isso significa ficar praticamente em “seu próprio quintal”.
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