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Maia diz ao STF que não tem prazo para analisar pedido de impeachment de Bolsonaro

Maia diz ao STF que não tem prazo para analisar pedido de impeachment de BolsonaroAdvogados pedem ao Supremo para obrigar análise. Presidente da Câmara afirma que esse tipo de processo é 'solução extrema' e deve ser analisado em cenários político, jurídico e institucional.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira (12), em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que não há prazo na legislação que o obrigue a analisar um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
A manifestação é uma resposta ao ministro Celso de Mello. O ministro pediu explicações ao presidente da Câmara sobre o andamento de um pedido de impeachment feito no fim de março por um grupo de advogados contra Bolsonaro.
Esse mesmo grupo de advogados recorreu ao STF a fim de obrigar Maia a analisar a denúncia por crime de responsabilidade – pela Constituição, cabe à Câmara autorizar o procedimento para verificar se houve crime do presidente.
Ao defender a rejeição da ação dos advogados, o deputado afirmou que um processo de impeachment é uma “solução extrema” e deve ser analisado cuidadosamente em seus aspectos jurídicos, políticos e institucionais.
“É fato que o princípio republicano pressupõe a responsabilidade efetiva de todos, e o presidente da República não é exceção. Mas o impeachment é uma solução extrema: o primeiro juiz das autoridades eleitas numa democracia deve ser sempre o voto popular. A Presidência da Câmara, ao despachar as denúncias contra o chefe do Poder Executivo, deve sopesar cuidadosamente os aspectos jurídicos e políticos institucionais envolvidos. O tempo dessa decisão, contudo, pela própria natureza, não é objeto de qualque normal legal ou regimental”, escreveu.
Maia afirmou que Lei 1.079, de 1950, que trata dos crimes de responsabilidade, e o regimento da Câmara não determinam prazo para que os pedidos de impeachment sejam analisados.
Segundo ele, a norma contida no artigo 218 do Regimento da Câmara não deixa dúvidas sobre a competência do presidente da Câmara para receber ou não a denúncia por crime de responsabilidade, mas não estabelece um "prazo certo".
Os advogados pediram também à Corte que determine ao presidente Jair Bolsonaro uma série de medidas em meio à pandemia do coronavírus.
Querem, por exemplo, que o presidente seja impedido de promover e participar de aglomerações e que seja obrigado a entregar cópia dos exames que fez para detectar a doença. Segundo Bolsonaro, os dois exames aos quais se submeteu resultaram negativo.


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