‘Orçamento de guerra’ cria comitê de crise e permite aumentar gastos públicos
Projeto autoriza contratação por meio de um processo simplificado
A Proposta de Emenda à Constituição ( PEC ) que vem sendo chamada de “ Orçamento de guerra ” prevê a criação de um Comitê de Gestão da Crise e permite a ampliação das despesas públicas, para conter o coronavírus , sem as amarras que hoje restringem os gastos federais.
O texto permite ao governo gastar mais para conter o avanço da Covid-19 , além da adoção de medidas econômicas relacionadas à pandemia , segundo minuta da proposta, que ainda pode passar por alterações.
O comitê de crise será presidido pelo ministro da Saúde , integrado por outros ministros, com poder de voto, e por secretários estaduais, esses sem poder de voto sobre as decisões.
Esse colegiado terá poder de anular atos e contratos celebrados pela União e suas autarquias e empresas públicas.
A PEC autoriza a contratação de pessoal , o bras , serviços e compras por meio de um processo simplificado . O governo poderá contratar profissionais de maneira emergencial, sem respeitar os limites de gastos com funcionalismos estabelecidos na lei, enquanto durar a calamidade pública.
Para ampliar os gastos públicos, a PEC permite que as despesas relacionadas à crise, desde que não sejam permanentes, possam ser feitas sem o cumprimento das regras que hoje são impostas aos gastos.
Uma dessas regras, por exemplo, é a necessidade de haver fonte de financiamento para o gastos. Com isso, a proposta permite a emissão de títulos da dívida para cobrir os gastos.
A PEC “segrega” os gastos da crise das despesas tradicionais do governo. Essa é uma maneira de garantir a continuidade do ajuste fiscal quando a pandemia passar.
A equipe econômica está enfrentando dificuldades para propor oficialmente as medidas ao Congresso justamente por as regras do Orçamento limitam o poder de fogo dos técnicos. Por isso, a PEC pode ajudar a destravar as medidas.
A proposta estabelece ainda que o Congresso terá cinco dias para analisar os pedidos de gastos extras enviados pelo governo. E será competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal ( STF ) analisar ações judiciais contra o comitê de crise.
Deixe sua opinião