Repito e acredito no que disse Ulysses Guimarães: ''essa Constituição viverá enquanto viver a democracia no Brasil''.
Do gabinete no quinto andar do Supremo Tribunal Federal, a ministra Cármen Lúcia enxerga muito mais do que o Palácio do Planalto e parte do Congresso Nacional. Dali, onde despacha há mais de 14 anos, a jurista sentencia: “Somos uma sociedade machista e preconceituosa”.
Da visão panorâmica da Praça dos Três Poderes e com a larga experiência na mais alta corte do país, da qual já foi presidente e primeira mulher a quebrar o rígido protocolo e usar calças e não saia nas sessões, ela adverte que os homens públicos devem dar exemplo e não, em hipótese alguma, estimular o preconceito. “Quem está num cargo público tem de ter cuidado muito maior com o que diz”, ensina.
Cármen Lúcia também recomenda zelo das autoridades no combate à intolerância: “Vejo que comentários e brincadeiras demonstram preconceito”. Confessa que nem ela, que ocupa importante espaço de poder institucionalizado, está liberta do machismo.
A ministra acredita que o Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, é momento de reflexão para entendermos por que ainda estamos nesta situação de extrema violência e o que cada um pode fazer para mudar a realidade.
Com a Constituição sempre à disposição e a imagem do Menino Jesus na mesa principal do gabinete, Cármen falou ainda sobre censura, partidos políticos e democracia.
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