O atual sistema de aposentadoria no Chile foi criado pelo ditador e general Augusto Pinochet, que comandou o país com mão de ferro entre 1973 e 1980. Na época de sua criação, na década de 80, o sistema teve grande repercussão, pois prometia pensões com o valor de 70% a 90% dos salários. Mas o sistema chileno posteriormente demonstrou ser um fracasso, com a criação de aposentadorias baixas, em média 40% a 45% dos salários ao longo dessas quase quatro décadas. Em 2019, o salário mínimo chileno foi equivalente a US$ 456, enquanto a média das pensões foi US$ 236.
Os chilenos, com ironia, destacam que Pinochet privatizou as aposentadorias para todos os chilenos, menos para os militares, que continuaram recebendo pelo sistema estatal, com aposentadorias de 3 a 7 vezes mais altas do que as pensões privadas dos civis. As aposentadorias dos militares são financiadas em parte pela Codelco, a empresa estatal de cobre.
Em 1971, Salvador Allende havia estatizado as empresas de cobre, o principal commodity do Chile. Pinochet derrubou Allende criticando, entre outos motivos, a estatização. No entanto, o general manteve a estatização do cobre. E, além disso, unificou todas as estatais desse metal em uma única empresa, a megaestatal Codelco. E é essa estatal que produz, até hoje, os maiores lucros das exportações chilenas.
Mas a maioria dos aposentados chilenos foram os únicos financiadores de suas pensões, já que tiveram de fornecer 10% de seu salário bruto a fundos de pensões.
Em 2016, trabalhadores chilenos foram às ruas protestar contra o governo da então presidente Michelle Bachelet para exigir aposentadorias mais altas, o fim do sistema obrigatório de pensões privadas e a volta do sistema estatal de aposentadorias.
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