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Dallagnol diz que Fux apoiou Moro

 Dallagnol diz que Fux apoiou Moro The Intercept divulgou nesta quarta-feira (12) novos trechos de mensagens atribuídas ao coordenador da força-tarefa da Lava Jato e ao atual ministro da Justiça, ex-juiz federal.

O site Intercept divulgou na noite desta quarta-feira (12) em redes sociais novas mensagens atribuídas ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, e ao então juiz Sérgio Moro. As primeiras mensagens haviam sido publicadas no domingo (9).
Segundo o Intercept, numa conversa em abril de 2016, Dallagnol teria mencionado o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao grupo de procuradores da Lava Jato.
 Dallagnol diz que Fux apoiou MoroNessa conversa, segundo o relato divulgado pelo site, Dallagnol diz que Fux declarou apoiou a Moro – que, à época, era o juiz responsável pelos processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná – em uma "queda de braço" com o então ministro do Supremo Teori Zavascki, morto em janeiro de 2017 em um acidente aéreo. Na ocasião, Teori era o relator da Lava Jato no STF.
Depois, o procurador, segundo o site, teria encaminhado a mesma mensagem para o então juiz Sérgio Moro, que teria respondido: "Excelente. In Fux we trust" (que quer dizer "No Fux, nós confiamos").
O diálogo divulgado pelo site é:
"Mensagem de 22 de abril de 2016
13:04:13 Deltan - Caros, conversei com o Fux mais uma vez hoje
13:04:13 Deltan - Reservado, é claro. O Min Fux disse quase espontaneamente que Teori fez queda de braço com Moro e viu que se queimou, e que o tom da resposta do Moro depois foi ótimo. Disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez. Só faltou, como bom carioca, chamar-me pra ir à casa dele rs. Mas os sinais foram ótimos. Falei da importância de nos protegermos como instituições
13:04:13 Deltan - Em especial no novo governo
13:06:55 Moro - Excelente. In Fux we trust
13:13:48 Deltan - Kkk"

Ao falar em novo governo, Deltan se refere ao fato de que a então presidente Dilma Rousseff poderia ser afastada do Palácio do Planalto por um processo de impeachment, o que acabou ocorrendo em 12 de maio.
Exatamente um mês antes do suposto diálogo, em 22 de março de 2016, Teori Zavascki havia determinado que Moro enviasse ao STF as investigações da Operação Lava Jato que envolviam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O então ministro do Supremo tomou a decisão depois que Moro autorizou a divulgação de conversas telefônicas interceptadas, por ordem judicial, entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, o governo federal apontou ao tribunal ilegalidade na divulgação das escutas feitas pela Polícia Federal envolvendo a presidente da República, que ainda tinha foro privilegiado no STF.
No mesmo despacho, Teori criticou a decisão do então juiz federal, afirmando que, na avaliação dele, eram relevantes os fundamentos que classificavam de ilegítima a decisão de Moro, na medida em que ele não tinha competência para tomar uma decisão envolvendo autoridades com prerrogativa de foro, como a presidente da República.

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