Pela quinta vez desde dezembro do ano passado, a Polícia Federal (PF), em conjunto com autoridades de segurança do Paraguai, desarticularam um plano de resgate do traficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, considerado pela polícia o maior e mais perigoso fornecedor de armas e drogas para a facção Comando Vermelho no Rio desde a prisão de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Na noite desta quinta-feira, cinco pessoas foram presas em três residências em Assunção, capital paraguaia. A ousadia dos bandidos foi descoberta por investigações conjuntas da PF com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai: de 15 a 20 homens fortemente armados em com explosivos planejavam invadir, no fim de semana de eleições no Brasil, a Agrupación Especializada, um quartel das Forças Armadas do Paraguai na capital onde Piloto está preso justamente por medida de segurança.
Segundo o delegado, esse foi o plano de resgate de Piloto que mais chegou perto da libertação do criminoso. O mais notável dos outros casos em que a polícia frustrou tentativa de resgate de Piloto foi no dia 7 de fevereiro deste ano. Policiais civis e rodoviários federais prenderam dois homens em Seropédica que estariam arquitetando um plano de resgate. Eles foram presos graças a informações passadas ao Disque-Denúncia.
Nas três casas em que os cinco bandidos foram presos os policiais encontraram um arsenal de guerra: sete fuzis, 15 pistolas, 42 carregadores de fuzil, 42 de pistola, 20 rádios comunicadores e uma quantidade ainda não divulgada de artefatos explosivos de fabricação caseira. O poder de fogo dos explosivos está sendo avaliado em perícia da Polícia Federal.
O armamento estava enterrado nas residências. Os policiais procuram uma metralhadora Ponto 50 que também seria usada no resgate, mas, até o momento, a arma não foi localizada. Cinco veículos, entre picapes e carros de passeio alugados pela quadrilha, foram apreendidos.
A operação que frustrou a tentativa de resgate de Piloto foi possível graças à interação entre as forças de segurança do Brasil e do Paraguai desde a instalação do Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) no Rio de Janeiro.
O delegado explicou que o grupo de resgate teria considerado que o quartel onde Piloto está preso fica um pouco desguarnecido durante os fins de semana e que, usando armamento pesado, conseguiria invadir o imóvel militar e resgatar Marcelo Piloto, cuja importância para o mundo do tráfico de drogas é muito grande, devido aos seus contatos e à fidelidade que seus fornecedores têm com ele. O bando que iria executar o plano seria da Favela de Manguinhos e do Jacarezinho. Entre os cinco presos, um é paraguaio. Foram presos Alan Neves da Conceição; Juarez Italo Paiva Neto; Marisa de Souza Penna, que seria mulher de Piloto; Thiago Lucas Gonçalves; e Wanderson Ferreira de Paula Silva.
Marcelo Piloto foi preso em dezembro de 2017 no Paraguai e permanece lá até hoje por que responde a processos criminais naquele país. O pedido de extradição para o Brasil já foi feito, mas é preciso aguardar o julgamento do bandido no Paraguai. Piloto estava foragido desde 2007. Em 2012, quanto a Favela de Manguinhos, seu reduto, foi ocupado por forças de segurança para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), Piloto buscou refúgio no Paraguai. Lá, usava uma identidade falsa, mudava de endereção a cada seis meses despistar policiais e se apresentava a vizinhos como vendedor de produtos eletrônicos.
O criminoso é natural do Morro do Urubu, em Pilares, na Zona Norte. Ele começou sua vida criminosa como ladrão de carros e ganhou o apelido por que era o motorista da quadrilha.
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