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Propina de Cabral pagava 13º e 14º salários, diz delator

Propina de Cabral pagava 13º e 14º salários, diz delatorCarlos Miranda, apontado pela Operação Lava Jato como gerente da organização criminosa, detalhou valores dos pagamentos em depoimento nesta segunda-feira (11).

Apontado pela Operação Lava Jato como gerente do esquema de propinas da organização criminosa comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral, Carlos Miranda detalhou, nesta terça-feira, em depoimento na 7ª Vara Criminal Federal do Rio, os valores dos pagamentos que ele e os ex-secretários Wilson Carlos e Régis Fichtner recebiam.

Quase ao fim da audiência, Carlos Miranda afirmou que o esquema de propina funcionou até 2016, às vésperas da prisão de Sérgio Cabral.

“Tirávamos cerca de R$ 150 mil por mês. Também havia prêmios no fim do ano, como uma espécie de décimo-terceiro ou decimo-quarto salários. Tudo era pago em dinheiro”, disse Miranda.

Segundo Miranda, a organização era controlada por Cabral. Wilson Carlos era o responsável pelos contatos com as empresas. Já Fichtner, também de acordo com Miranda, cuidava do andamento do esquema dentro da estrutura do governo.

Toda a movimentação do esquema de pagamento de propina era registrada em uma planilha que permanecia em poder de Miranda. Esta era dividida em duas partes armazenadas no e-mail de Miranda. As senhas de acesso eram trocadas com frequência. Ao verificar o avanço das investigações da Operação Lava Jato sobre o grupo comandado por Cabral, Miranda decidiu destruir o documento.

O depoimento de Miranda é considerado fundamental para esclarecer o funcionamento do esquema. De todos os colaboradores, Miranda é apontado como um dos mais próximos ao ex-governador Sérgio Cabral, cuidando, inclusive, de sua declaração de Imposto de Renda.

“Eu cuidava das despesas pessoais do governador, inclusive da movimentação em suas contas”, admitiu Miranda em seu depoimento.

O ex-assessor da Secretaria de Estado de Transportes, Luiz Carlos Velloso, também prestou depoimento e afirmou que o deputado federal Júlio Lopes teve uma conta em uma corretora na qual acumulou R$ 3,5 milhões referentes à colaboração de campanha eleitoral. No entanto, afirmou Velloso, desse total, R$ 1,5 milhão teriam usados para o pagamento de despesas pessoais dele próprio e do próprio Lopes.

Agência de comunicação

Ainda durante o depoimento, Carlos Miranda afirmou que a Carioca Engenharia - uma das empresas que participou do esquema de pagamento de propinas à organização - pagou uma conta de cerca de R$ 200 mil à agência de comunicação FSB. Segundo ele, tratava-se do pagamento de trabalho feito pela empresa durante a campanha de reeleição do governador. Esse valor, afirmou Miranda, foi abatido do total de propina que a Carioca pagava à organização.

Na quarta-feira passada (6), Carlos Miranda prestou depoimento pela primeira vez em juízo como delator no processo que apura crimes da operação Ratatouille. Ele confirmou que o anel comprado por Fernando Cavendish foi uma forma de propina para Cabral.

"Joia comprada por Fernando Cavendish foi uma forma de propina. O valor foi descontado do valor de propina que Cavendish pagava para a organização (de Sérgio Cabral)", disse Miranda.

No dia anteior, Cabral classificou a doação da joia de mais de 200 mil euros para sua mulher em 2009 como "presente de puxa-saco".

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