Oficialmente, a campanha de Paes foi orçada em R$ 8,6 milhões, em valores declarados, mas o custo real com serviços de marketing chegou a R$ 20 milhões. O custo real foi definido em reunião com Paes, e com o então coordenador da campanha, deputado Pedro Paulo (PMDB). Os pagamentos a Renato Pereira, segundo a delação do publicitário, eram feitos a ele por Guilherme Schleder, que integrava a Casa Civil da prefeitura.
De acordo com a reportagem, o esquema voltou a se repetir em 2015, quando Pedro Paulo foi candidato à sucessão de Paes. Uma das fontes de pagamento era Fernando Duba, assessor do candidato, e Bernardo Fellows, então sub-chefe de gabinete de Paes. Outras duas fontes identificadas pelo delator são o ex-secretário estadual de Saúde no governo de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, preso na Operação Lava Jato, e as empresas de Jacob Barata, conhecido como "Rei do Ônibus".
"Rei do Ônibus" bancou maior parte da campanha de Pezão
Renato Pereira esteve envolvido na pré-campanha do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e contou aos investigadores que os valores iniciais, R$ 5 milhões, foram bancados em sua quase totalidade por Jacob Barata, em reunião com a presença de Cabral e do ex-secretário Wilson Carlos. De acordo com a delação, os valores reais da campanha de Pezão em 2014 chegaram a R$ 40 milhões, enquanto o declarado foi de R$ 21,8 milhões. Já a campanha de 2010 de Sérgio Cabral ao Governo do Estado teve custo real de R$ 12 milhões e o declarado ao Tribunal Regional Eleitoral foi de pouco mais da metade desse valor, R$ 6,3 milhões.
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