Interrogatório de Sérgio Cabral tem discussão entre ex-governador e juiz Marcelo Bretas.
Ex-governador diz que o Ministério Público Federal faz 'teatro' com o caso dele e que juiz quer 'projeção pessoal'.
O interrogatório de Sérgio Cabral (PMDB), conduzido pelo juiz Marcelo Bretas, começou com discussão entre os dois nesta segunda-feira (23). O ex-governador disse que o Ministério Público Federal faz um teatro, que está sendo injustiçado e chegou a dizer que Bretas se referia a ele de maneira "desdenhosa". O magistrado rebateu.
Cabral resumiu a denúncia como "um roteiro mal feito de corta e cola". Ele respondeu às primeiras perguntas sobre a denúncia de compra de joias com dinheiro de propina, citando que o magistrado deve conhecer o assunto, já que sua família tem negócios no ramo de bijouterias. "Não quero que o senhor conte história da minha família ou o que aferiu a meu respeito", afirmou.
O ex-governador chegou a dizer que Bretas falava dele de maneira "desdenhosa". "Aqui não há desdém", rebateu o juiz.
"Comprei joias com fruto de caixa dois, não foi de propina. Meu governo não foi organização criminosa, mudou a vida de milhões de brasileiros que moram no Rio. Não me sinto chefe de organização criminosa nenhuma", ressaltou Cabral.
O interrogatório chegou a ser suspenso por cinco minutos. Cabral reclamou que o juiz não acredita nele e que a primeira denúncia já tinha as mesmas acusações que as seguintes.
"Eu estou sendo injustiçado. O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal, e me fazendo um calvário, claramente", reclamou o ex-governador.
De acordo com o ex-governador, os donos das empresas de obras não pagavam propina. “Não é verdade que empreiteiro dê dinheiro antecipado por qualquer coisa. Fiz a campanha 2006 e sobraram recursos de campanha. O dinheiro que Carioca me deu não tinha vínculo com obras”.
Cabral voltou a dizer que o erro dele foi caixa dois e que não havia 5% de propina nas grandes obras. Ao dizer novamente que as mudanças de financiamento de campanha são prejudiciais à política, ele chorou.
Sergio Cabral, ameaçou sutilmente o juiz Marcelo Bretas. O magistrado imediatamente, decidiu mandar o meliante para um presido federal, onde o mesmo não possa saber do que passa fora das grades.
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