A Petrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 34,8 bilhões em 2015, informou a empresa nesta segunda-feira (21). Segundo a estatal, esse prejuízo foi ocasionado, principalmente, pelas perdas com recuperação de ativos e investimentos (impairment), que totalizaram R$ 49,7 bilhões, em função do declínio nos preços do petróleo e do incremento nas taxas de desconto, reflexo do risco Brasil pela perda do grau de investimento. E também pelo impacto da perda cambial e despesas de juros, que totalizaram R$ 32,9 bilhões.
De acordo com companhia, o lucro bruto aumentou 23% em relação a 2014, em razão do aumento da produção e exportação de petróleo, das melhores margens de comercialização de derivados e dos menores gastos com participações governamentais e importações. “Esses efeitos compensaram a redução da demanda por derivados no mercado interno e os menores preços das exportações, decorrentes do declínio nos preços do petróleo”, explicou a empresa.
Foi registrado prejuízo operacional de R$ 12,4 bilhões, uma redução de R$ 8,9 bilhões em comparação com 2014. “Esse resultado refletiu o aumento do lucro bruto, que foi parcialmente compensado pelo maior impairment, pelo acréscimo nas despesas tributárias - em decorrência da adesão ao Programa de Parcelamento Especial de Débitos Tributários e aos Programas de Anistias Estaduais, pela maior despesa com contingências judiciais, especialmente com processos fiscais e trabalhistas, e pela maior despesa com o plano de pensão e saúde, devido à revisão atuarial”, informou a estatal em nota.
O EBITDA ajustado atingiu R$ 73,9 bilhões, montante 25% superior ao de 2014, em função dos maiores preços de diesel e gasolina, além da redução dos gastos com participações governamentais e importações de petróleo e derivados.
A Petrobras destacou ainda o fluxo de caixa livre positivo em R$ 15,6 bilhões, ante um resultado negativo de R$ 19,6 bilhões em 2014, favorecendo a redução em 5% do endividamento líquido, em dólares. De acordo com a empresa, desde 2007, não se registrava fluxo de caixa livre positivo.
Os investimentos totalizaram R$ 76,3 bilhões, 12% inferiores a 2014. Em dólares, os investimentos atingiram US$ 23,1 bilhões, uma redução de 38%. O segmento de Exploração e Produção concentrou 83% dos recursos.
“A queda do Brent impactou negativamente o resultado da companhia, devido ao reconhecido de perdas por impairment. A desvalorização cambial também exerceu influência negativa, afetando o resultado financeiro”, destacou a empresa.
Destaques operacionais
A estatal registrou crescimento anual de 4% na produção de petróleo e gás natural (Brasil e exterior), atingindo a média de 2 milhões 787 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). A produção de petróleo no Brasil superou a meta do Plano de Negócios e Gestão, alcançando 2 milhões 128 mil barris por dia (bpd). Na camada pré-sal, a produção operada pela Petrobras se manteve acima de 1 milhão de boed desde julho de 2015.
Houve incremento de 55% das exportações de petróleo em relação a 2014, resultando em melhora da balança comercial da Petrobras, que alcançou superávit no 4º trimestre de 2015 (+167 mil bpd).
No refino, houve aumento do percentual de diesel na produção total de derivados, com maior participação de óleo nacional na carga processada. A produção total de derivados (Brasil e exterior) foi de 2 milhões 175 mil bpd, 7% inferior a 2014, devido, principalmente, às paradas para manutenção nas refinarias RLAM e REDUC.
Deixe sua opinião