Reestilizado em agosto do ano passado, Hyundai ix35 ganhou visual mais moderno, mas mantém o mesmo interior. O motor flex e o câmbio automático de seis marchas dão conta do recado.Produzido no Brasil desde 2013, o Hyundai ix35 ficou conhecido como a versão moderna e atualizada do Tucson, que, apesar disso, continua sendo fabricado. Realmente, existem algumas diferenças, mas o primo rico e o primo pobre ainda têm muita coisa em comum. O novo utilitário-esportivo ganhou retoques no visual dianteiro, com linhas mais recortadas, mas mesmo na versão topo traz painel feito com plástico duro e instrumentos não muito modernos. É um carro espaçoso, equilibrado e com eficiente conjunto mecânico, só que a Hyundai/Caoa cobrou um preço muito caro pelas mudanças que fez no modelo, que passou a ser vendido em três versões.
RETOQUES Depois de quase três anos de produção em Anápolis, Goiás, a Hyundai/Caoa resolveu modernizar o visual do ix35, um dos sucessos de vendas da marca. A intenção foi dar ao modelo uma imagem mais agressiva e esportiva, com formas mais robustas. As mudanças se concentraram basicamente na dianteira, que ganhou grade hexagonal com três barras paralelas, formando um conjunto harmônico com os faróis espichados, vincos no capô e os auxiliares de neblina maiores. Fora isso, o ix35 manteve o para-brisa bem inclinado, que se funde com o teto de vidro panorâmico. As laterais são lisas, com a linha de cintura elevada. E para abrir as portas não é preciso tirar a chave do bolso. Basta apertar um botão na maçaneta. A traseira também é robusta, com formas mais arredondadas e lanternas grandes.
ESPAÇO O espaço interno é generoso e suficiente para acomodar com relativo conforto uma família de cinco pessoas. Os bancos dianteiros são confortáveis, com abas nas laterais, que ajudam a manter o corpo firme. O do motorista tem ajustes elétricos, inclusive o lombar, muito importante para evitar dores nas costas. Com isso, fica mais fácil encontrar a melhor posição para dirigir. O banco traseiro acomoda bem três pessoas, já que o assoalho é praticamente plano e não rouba espaço para as pernas. Só não tem cinto de segurança retrátil de três pontos para quem senta no meio. O porta-malas tem bom volume, mas não é bem como a Hyundai/Caoa quer que o consumidor acredite. A fabricante divulga um número considerando o volume até o teto, fato que compromete a visibilidade do motorista e a segurança dos ocupantes. No caso de frenagem brusca, toda a bagagem colocada acima do encosto do banco traseiro se deslocaria, causando ferimentos.
INTERIOR Por dentro, o ix35 não mudou quase nada. A versão topo de linha traz volante com ajuste de altura e distância e comandos para o som e controlador de velocidade. Mas o plástico duro ainda predomina no painel, lembrando o velho Tucson. Os comandos estão bem posicionados, mas os instrumentos com a luz azul se tornam cansativos. A fabricante poderia ter optado por algo mais moderno. Para compensar, a versão topo traz bancos revestidos em couro, para dar um toque de sofisticação.
DIRIGINDO Para um SUV, o ix35 tem boa dirigibilidade. O conjunto mecânico é eficiente, com um motor flex que não proporciona muito brilho, mas dá conta do recado. Acima das 2.000rpm ele proporciona respostas mais rápidas tanto nas arrancadas quanto nas retomadas de velocidade. O câmbio automático de seis marchas, com a opção de trocas manuais, funciona de maneira suave, sem trancos, e tem as relações bem dimensionadas. Pelo peso do carro, o motor apresenta um consumo de combustível aceitável. As suspensões privilegiam o conforto de marcha, filtrando bem as irregularidades do solo, e a estabilidade, garantindo segurança em curvas. O sistema de freio conta com ABS e EBD, mas o pedal é esponjoso e o motorista tem que antecipar a frenagem para não passar susto. A direção é leve demais em determinadas situações, mas em velocidades elevadas fica mais firme e o diâmetro de giro é bom.
O PORÉM O problema é que a linha 2016 do Hyundai ix35 passou a ser comercializada em três versões e o modelo que antes custava menos de R$ 100 mil chega aos R$ 140 mil na versão topo. Um preço bem salgado para o automóvel, que ainda fica devendo itens na lista de equipamentos de série e que não tem acabamento primoroso.
Pelo preço, merecia mais
Hyundai ix35 tem pacote de tecnologia razoável, com central de entretenimento mais simples e GPS, mas computador de bordo não mede consumo
Para um automóvel que custa R$ 140 mil, o Hyundai ix35 merecia um pacote tecnológico mais moderno e completo. A versão top tem sistema de áudio com CD/MP3, Bluetooth, tela de LCD, central de entretenimento com câmera de ré e GPS integrados, com entrada para iPod, USB e auxiliares. Mas trata-se de um sistema multimídia simples, sem muitos recursos e que não permite conexão com redes sociais. O GPS é eficiente e mostra para o motorista a localização de postos de abastecimento e dos radares com suas respectivas velocidades permitidas. Mas a pisada na bola é o computador de bordo com três funções (distância percorrida, velocidade média e tempo). Ficou devendo a medição de consumo médio.
Ficha técnica
» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, de 1.998cm³ de cilindrada, com potências máximas de 157cv (gasolina)/167 (etanol) a 6.200rpm e torques máximos de 19,2kgfm (g) e 20,6 (e) a 4.700rpm
» TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio automático de seis marchas
» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, tipo McPherson; e traseira, independente, tipo Dual-Link/ liga leve, 6,5x18 polegadas/ 225/55 R18
» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva
» FREIOS
Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS/EBD/ESP e TCS
» CAPACIDADES
Peso, 1.513 quilos; tanque, 58 litros; de carga (passageiros e bagagem), 546kg
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