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Desemprego no Brasil vai a 9,0% no 4º tri, com 9 milhões de desempregados

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil chegou ao final de 2015 com 9,1 milhões de desempregados, marcando no quarto trimestre taxa de desemprego de 9 por cento e dando sequência ao movimento de deterioração no mercado de trabalho em meio ao cenário de forte recessão econômica e inflação elevada.
Os números são os maiores para um trimestre na série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, iniciada em 2012, divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No terceiro trimestre de 2015, a taxa de desemprego brasileira havia sido de 8,9 por cento, sendo que no último trimestre de 2014, de 6,5 por cento. Expectativa em pesquisa da Reuters junto a economistas era de taxa de 9,1 por cento nos três meses encerrados em dezembro.
O número de desempregados no trimestre passado, ainda segundo a Pnad Contínua, é quase 41 por cento a mais do que no mesmo período de 2014, o que significa mais 2,6 milhões de pessoas que perderam o emprego no período.
"Projetamos que o mercado de trabalho se deteriore mais, dada a expectativa de que a economia vai passar por recessão profunda", afirmou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.
Ele destacou ainda que a fraqueza da confiança de consumidores e empresários e condições financeiras mais apertadas levarão a uma taxa de desemprego ainda mais alta em 2016 e à moderação do crescimento do salário real.
O setor que registrou o maior número de demissões líquidas no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2014 foi a indústria, de 1,065 milhão de pessoas, queda de 7,9 por cento.

Na média de 2015, a Pnad Contínua mostrou taxa de desemprego no Brasil de 8,5 por cento, também recorde, contra 6,8 por cento em 2014. 
RENDA MENOR
No quarto trimestre de 2015, o rendimento médio da população ocupada chegou a 1.913 reais mensais, queda de 1,1 por cento sobre o terceiro trimestre e de 2 por cento em relação ao mesmo período de 2014.
"O que acontece no mercado é reflexo do cenário econômico. Agora o reflexo é negativo, com mais gente desempregada, menos pessoas ocupadas e com carteira assinada. Há uma desarrumação no mercado de trabalho", disse o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.
A população ocupada, segundo a Pnad Contínua, subiu 0,2 por cento no trimestre passado sobre o terceiro trimestre, chegando a 92,274 milhões de pessoas, mas recuou 0,6 por cento sobre o mesmo período de 2014.
A fragilidade do mercado de trabalho brasileiro já se prolonga por 2016, como mostra a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, segundo a qual a taxa de desemprego atingiu 7,6 por cento em janeiro, maior taxa para o mês.
A PME, que leva em consideração apenas seis regiões metropolitanas, terá sua última divulgação, referente a fevereiro de 2016, no dia 23 de março, sendo então substituída definitivamente pela Pnad Contínua, que é mais abrangente.
Em 2015 a economia brasileira encolheu 3,8 por cento, pior resultado desde 1990, e a recessão não dará trégua este ano. Expectativa de especialistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central é de contração de 3,54 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), com a inflação medida pelo IPCA chegando a 7,46 por cento.

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