De acordo com o inquérito da DH, um grupo de paramilitares oriundo de uma localidade conhecida como Morro do Dourado, vizinha ao Quitungo — do qual as duas vítimas fazia parte — se recusou a se submeter às regras dos traficantes e a entrar em guerra com a facção rival, que domina os complexos do Alemão e da Penha. As imposições dos traficantes do “Complexo de Israel” vão desde a expulsão de pais e mães de santo da favela até a proibição de que moradores usem roupas brancas — cor usualmente vestida por praticantes do candomblé.
À DH, um parente de um miliciano que atua no Quitungo deu detalhes sobre a aliança dos paramilitares com o tráfico. Segundo o depoimento, o acordo foi costurado a partir de três integrantes do tráfico da Cidade Alta que tinham parentes no Quitungo. Eles “foram autorizados pelos milicianos a visitar seus parentes, dando início às tratativas de união”. Segundo a testemunha, o pacto foi selado em maio passado. No mesmo mês, os descontentes foram expulsos do Quitungo.
PM já era acusado da morte de Cláudia
Os três PMs que tiveram suas prisões decretadas pela Justiça por integrarem a milícia do Quitungo são os sargentos Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, lotado no 7º BPM (São Gonçalo), e Gláucio Ferreira Gomes Damião, do 41º BPM (Irajá) e o cabo Carlos André de Oliveira Sodré, também do 7º BPM. Suas identificações foram fornecidas por testemunhas que moram na favela e confirmadas por um policial do batalhão da área, o 16º BPM (Olaria), que auxiliou a investigação e prestou depoimento na DH.
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