Segundo ele, o plano seria capitaneado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), “gente da Justiça” e outros governadores.
“Tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos. O Doria ligou para mim e disse assim: ‘Paulo, é a chance de salvar a sua biografia. Esse governo não vai durar mais de sessenta dias. Faz um favor? Se salva'”, disse.
Para apaziguar os ânimos, o governo teria entregado a cabeça do então ministro da Educação, Abraham Weintraub.
“Liguei para cada um dos ministros do Supremo para tentar entender o que estava acontecendo. Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, sugeriu que o governo deveria dar um sinal, caso estivesse realmente interessado em pacificar as relações. A demissão do Weintraub foi uma sinalização. Liguei também para o ministro Barroso e para o ministro Fux”.
Weintraub se envolveu em diversas polêmicas com o STF, como no vÃdeo da reunião ministerial do dia 22 de abril em que aparece dizendo que, por ele, “botava esses vagabundos todos da cadeia. Começando pelo STF”.
Na entrevista à Veja, Guedes disse que foi ideia dele indicar o então ministro da Educação para um cargo no Banco Mundial.
“Teve um momento de muita tensão, quando o Supremo sinalizou que podia apreender os telefones do presidente da República. Me lembro que teve uma reunião de ministros e o Weintraub chamando para o pau. O presidente chegou lá bufando: “Fala aÃ, Abraham, fala aÃ, Abraham”. Aà o Abraham: “Quero saber quem está comigo. Eu vou partir para cima do Supremo, e o Supremo vai querer me prender. Antes de ele me prender, vou fazer uma passeata e partir para cima do Supremo e quero saber qual ministro está comigo e quem está com os traidores”. Nessa hora, eu interferi. Disse que estávamos caindo numa armadilha, que o script já estava montado, que aquilo era inapropriado. Os generais presentes me apoiaram. Sugeri ao presidente mandar o Weintraub para o Banco Mundial, em junho. A partir daÃ, as coisas se acalmaram entre o governo e o STF”
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