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Embaixador brasileiro nos EUA induziu Bolsonaro na tese de fraude de Trump


Embaixador brasileiro nos EUA induziu Bolsonaro na  tese de fraude de Trump
 Nestor José Forster Junior na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional
Nestor José Forster Junior
na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado
 Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 O embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, orientou o governo brasileiro a não reconhecer a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais deste ano nos Estados Unidos e defendeu, assim como Donald Trump, a tese de que houve fraude no pleito. 

A informação foi revelada pelo jornal Estadão e confirmada por  telegramas obtidos pelo jornal via Lei de Acesso à Informação (LAI). Em 6 de novembro, em um telegrama enviado ao Ministério das Relações Exteriores, o embaixador informou à Brasília que “a campanha do presidente Donald Trump já robustece sua assessoria legal para promover a recontagem nos Estados-chave e ações judiciais relativas a percebidas irregularidades e denúncias de fraude na apuração de votos."



Após Brasil reconhecer Biden, Itamaraty avalia reconstrução de pontes com os EUA Forster disse ainda que “estreitas margens tornam quase certos processos de recontagens e ações judiciais adicionais”. No dia seguinte, 7 de novembro, Biden foi projetado como vencedor das eleições pela CNN. Dias antes, mesmo com a apuração não definida e com margem muito apertada, Foster informou ao governo que Biden teria dificuldade em superar Trump.

 "O presidente Trump lidera com 50,1% dos votos, contra 48,7% de Joe Biden. Mesmo à luz da pendência na apuração, analistas consideram que Biden terá dificuldade em superar a vantagem do presidente Trump", escreveu o embaixador. Só em 12 de novembro, o embaixador comunicou que governos como o Reino Unido, a Alemanha e a França tinham reconhecido a vitória de Biden. 

Os líderes desses países cumprimentaram o democrata já no dia 7, quando sua vitória foi projetada pelos principais veículos da imprensa americana. Em nenhum telegrama o embaixador orientou o governo a reconhecer a vitória de Biden. Ainda no dia anterior à vitória de Biden, Forster alertou Brasília em relação a “diversos relatos” de fraudes em Michigan, Pensilvânia, Arizona e Nevada. Nas mensagens, o embaixador atribuiu as alegações à relatos que disse ter ouvido, sem citar fontes. 

Nesses dias, o presidente Trump e sua equipe de advogados faziam as mesmas acusações pelas redes sociais e em coletivas de imprensa. O Twitter, rede onde Trump é muito ativo, chegou a marcar diversos tweets do presidente que alegavam fraude como não confiáveis. No mesmo telegrama, o embaixador disse ter registro de “tráficos de cédulas eleitorais em pequena escala”, “intimidação e restrição de acesso de observadores eleitorais a locais de contagem de votos” e critérios de segurança “insuficientes” para verificação de assinaturas de eleitores em envelopes com cédulas enviados pelo correio. O diplomata ainda relatou “correção de cédulas preenchidas incorretamente por eleitores, de modo indevido, por mesários”. Ao citar Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump, o embaixador brasileiro afirmou que a primeira ação judicial protocolada por ele junto à corte federal na Pensilvânia alegando fraude tinha “escopo abrangente”. No dia 10 de novembro, o diplomata informou que Trump permanecia firme no propósito de rejeitar o resultado das eleições. “Na tarde de hoje (10/11), o secretário de Estado Mike Pompeo afirmou, em resposta a pergunta de jornalista, que o Departamento de Estado estaria preparado para uma “suave transição para uma segunda administração Trump”, escreveu. Forster reforçou as afirmações da campanha de Trump de que os votos por correio eram ilegais, mesmo sem indícios de provas. 

 “Nesse primeiro momento, não foram apresentadas provas, mas foram levadas ao conhecimento do juízo notícias veiculadas na imprensa e declarações de observadores eleitorais republicanos. Se o juiz do caso acatar o pedido de liminar republicano, será indício de abertura do juízo para análise mais detida de provas e do eventual êxito do processo”, afirmou o diplomata. 

 O governo brasileiro só reconheceu a vitória de Biden nesta terça (15), sendo um dos últimos países a cumprimentar o democrata. "Saudações ao Presidente Joe Biden, com meus melhores votos e a esperança de que os EUA sigam sendo “a terra dos livres e o lar dos corajosos", escreveu o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) no Twitter. 





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