Os campos fazem parte dos Polos Pampo e Enchova, nas águas rasas na Bacia de Campos. Em nota obtida pelo Estadão Conteúdo, o representante da Trident no Brasil, Patrick Garo, afirmou que pretende dobrar a produção atual dos campos por meio de investimentos e a Gerente Executiva de Gestão de Portfólio da Petrobras, Ana Paula Saraiva, diz que a transação é importante para Petrobras diminuir suas dívidas e "focar recursos em águas profundas e ultraprofundas, em especial o pré-sal".
Em entrevista à agência de notícias Sputnik Brasil, o economista e coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP) Rodrigo Leão destaca que apesar dos valores expressivos, as cifras não são representativas diante do faturamento anual da Petrobras, que atingiu R$ 378,852 bilhões em 2017.
"São campos maduros. Ou seja, campos que a produção se iniciou há muito tempo e agora se encontra em fase declinante. A Petrobras já vem há algum tempo reduzindo a sua atuação nessas áreas maduras, mas ela vinha priorizando os campos de terra e os campos de de água rasa no Nordeste. A novidade agora é que a Petrobras tem feito um movimento agressivo de saída nos campos de água profunda da Bacia de Campos, que é uma região que sustentou a produção da Petrobras durante muito tempo", afirma Leão.
O coordenador do INEEP acredita que a venda faz parte de uma reorientação da Petrobras, que agora terá maior foco no pré-sal.
O economista e coordenador de Estudos de Petróleo da Diretoria de Estudos Setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) José Mauro de Morais também destaca o pré-sal na hora de analisar a transação. É mais interessante a Petrobras focar nos mais produtivos campos do pré-sal, diz Morais.
"São campos que estão produzindo há mais de 40 anos. Eles representam quase nada para a Petrobras em termos de produção comparando com a enorme produtividade dos campos do pré-sal", diz o pesquisador do IPEA.
Morais também acredita que a venda é importante porque melhora o nível de endividamento da Petrobras, que estava em 2015 em "níveis insuportáveis para a saúde financeira da empresa".(Com agência Sputnik Brasil)
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