Dario Messer, conhecido como "doleiro dos doleiros", foi preso nesta quarta-feira, em uma ação coordenada pela inteligência da Polícia Federal e a Procuradoria da República, em São Paulo. Ele é alvo da Operação Câmbio, Desligo, braço da Lava Jato no Rio de Janeiro. Segundo fontes ligadas às investigações, Messer foi encontrado em um flat, na capital paulista, que foi alvo de buscas e apreensões. Ele estava foragido.
No imóvel em que Messer estava, foram encontrados R$ 56 mil em espécie, joias e um anel de brilhantes. Ele estava com uma identidade falsa no nome de Marcelo de Freitas Batalha. O fato de Messer ter usado pelo telefone da namorada sobre a compra de um cachorro ajudou os investigadores no cerco a ele. Ontem à noite, a PF já desconfiava que o doleiro estava no apartamento, mas teve certeza na manhã desta quarta.
RG falso de Dario Messer Foto: Reprodução |
A Câmbio, Desligo foi deflagrada em 3 de maio de 2018 contra um "grandioso esquema" de movimentação de recursos ilícitos no Brasil e no exterior por meio de operações dólar-cabo, entregas de dinheiro em espécie, pagamentos de boletos e compra e venda de cheques de comércio.
A delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, resultou na operação. A ação tinha como principal alvo Dario Messer, apontado como controlador de um banco em Antígua e Barbuda com 429 clientes, até meados de 2013. Ele era citado pelas delações de Juca e Tony
Cerco fechado
Ainda em julho, a Polícia Federal prendeu um dos principais homens de confiança de Messer, Mario Libmann. Ele e seu filho, Rafael, são suspeitos de suposta lavagem de dinheiro em benefício de Messer. Somente Rafael tem 18 apartamentos de luxo, segundo o Ministério Público Federal.
RG falso de Dario Messer Foto: Reprodução |
A Procuradoria da República no Rio "assinala que foram adquiridos imóveis no Rio de Janeiro e em São Paulo por Rafael Libman e Denise Messer, com pagamento em espécie diretamente das contas de Dario Messer".
Na decisão que decretou a prisão do operador, o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, anotou que, "segundo apurado pelo MPF, Rafael Libman conta atualmente com dezoito apartamentos em áreas nobres do RJ e SP, além da fração ideal de dois terrenos para construção".
"Ao que parece, Rafael investiu na aquisição de bens imóveis com montante repassado por Dario Messer, configurando prática comum no delito de lavagem de capital", disse Bretas.
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