Entre as 15 mais tocadas de Chico Buarque na plataforma, estão gravações que vão de 1966 ("A banda", de seu primeiro disco) até "2017" ("Tuas cantigas", "As caravanas" e "Dueto", todas de "Caravanas", seu mais recente lançamento).
"Dueto" já havia sido lançada em 1980 por Nara Leão, mas a gravação que se popularizou no Spotify é de Chico com a neta Clara Buarque.
Pela lista, "Caravanas" é um dos seus discos mais populares. Além dele, apenas o álbum "Chico Buarque", de 1978, comparece com três canções — "Essa moça tá diferente", "Cálice" e "Feijoada completa".
O álbum, porém, inclui músicas antigas que Chico ainda não havia trazido para um álbum seu — algumas por terem sido censuradas na época do lançamento (caso exatamente de "Cálice" e "Essa moça tá diferente").
A música mais tocada de Chico, porém, não vem de nenhum dos dois álbuns, mas sim de "Construção", de 1971.
A canção-tÃtulo encabeça a lista, com 11,4 milhões de audições — do disco, está lá também "Cotidiano".
Canções polÃticas, de consciência social ou ligadas ao contexto histórico da ditadura militar dividem espaço com outras mais lÃricas. No primeiro caso, está a crônica da tragédia de um operário em "Construção"; os versos cifrados de "O que será (À flor da terra)", "Meu caro amigo", "Cálice". Há também recados diretos ao do governo militar em "Apesar de você" e "Roda viva", que serviu de plataforma para o teatro "subversivo" de Zé Celso; o amor espremido em meio à vida de exploração do trabalhador ("Cotidiano"); a violência do racismo e o ódio contra pobres como algo constitutivo do Brasil contemporâneo ("As caravanas").
Entre as mais românticas, contemplativas ou simplesmente alegres, "A banda" é mais popular, com sua ingenuidade (por fim amarga, porque a banda vai embora). Mas há ainda o louvor (um tanto perplexo) com a musa independente, disposta a se supermodernizar em "Essa moça tá diferente"); a fronteira tênue entre o hiperromantismo e o delÃrio doentio em "Tua cantiga"; a maturidade infantil de "João e Maria"; o amor acima de todas as determinações do destino em "Dueto"; a crônica gastronômica-festiva de "Feijoada completa"; o olhar lÃrico sobre o subúrbio de "Gente humilde".
Veja abaixo a lista completa das canções mais tocadas no Spotify:
1. "Construção" ("Construção", 1971): 11,4 milhões
2. "O que será (À flor da terra)" ("Meus caros amigos", 1976): 9,9 milhões
3. "Apesar de você" ("Chico Buarque", 1978): 9 milhões
4. "Roda viva" ("Chico Buarque de Hollanda vol. 3", 1968): 9 milhões
5. "Cotidiano" ("Construção", 1971): 7,5 milhões
6. "A banda" ("Chico Buarque de Hollanda", 1966): 5,7 milhões
7. "Essa moça tá diferente" ("Chico Buarque de Hollanda nº 4", 1970): 5,4 milhões
8. "Tua cantiga" ("Caravanas", 2017"): 5,4 milhões
9. "João e Maria" ("Os meus amigos são um barato", de Nara Leão, 1977): 5,3 milhões
10. "As caravanas" ("Caravanas", 2017): 5,1 milhões
11. "Cálice" ("Chico Buarque", 1978): 4,7 milhões
12. "Meu caro amigo" ("Meus caros amigos", 1976): 3,9 milhões
13. "Dueto" ("Caravanas", 2017): 3,9 milhões
14. "Feijoada completa" ("Chico Buarque", 1978): 2,5 milhões
15. "Gente humilde" ("Chico Buarque de Hollanda nº 4", 1970):2 milhões
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